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Nossa aventura em Rennes
domingo, março 20, 2005
 
O fim do ano: festas, viagem e neve

Bom dia !!!!
A todos : Felizzzz Ano Novo.

Aqui estamos nos de novo pra contar as novidades. E dessa vez sem atrasos.
Bom, eu acho que fomos muito bem comportados durante 2004, porque recebemos muitosssss presentes de natal. Nosso fim de ano foi muito legal, mesmo. Tudo começou curtindo bem a preparação do natal (arvorezinha, mesa arrumada, geral na casa, etc). No dia 24, como eu tinha dito, fomos jantar na casa da Fátima e do Roger. Estávamos lá, eles dois, nós e os 3 filhos deles. Sim, a ceia foi à francesa. Uma experiência bem legal. Pra quem está curioso, ceia francesa é mesmo consideravelmente diferente da brasileira. E é muito boa... Como uma boa refeição francesa tem vários atos. Começa com fois gras e depois ostras, como entrada. O “plat de resistence” pode ser o bom e velho peru, peixe (geralmente salmão), mas nós comemos um pato assado com molho de castanhas portuguesas... BOM DEMAIS!!! De sobremesa, a parte mais brasileira. Aliás, mais pernambucana...(a Fátima tb é da terrinha!): Bolo de rolo feito em casa. Isso mesmo. A Fátima fez bolo de rolo! E ainda, como parte do ritual francês de natal, queijo e chocolatinhos (aqui nessa época come-se muito chocolate – e muito bons eles, obviamente. Afinal estamos pertinho da Bélgica e da Suíça). Fora a comilança, a noite foi muito, muito agradável. Os dois são tão fofinhos, que até presentes de natal ganhamos (colocados dentro dos sapatinhos desenhados pelo Roger). Ganhamos 3 livro (em francês, obvio!). Comecei a ler o primeiro e é muito legal. (Isso faz parte de uma das minhas metas para 2005 – ler mais em francês. Inclusive, só posso retomar os livros da ditadura depois de ler 3 livros em francês. Metas a serem cumpridas!!!! Estou no segundo. Ambos muito legais, diga-se de passagem). O Fred não está dispensado dessa meta, pq pra faculdade ele tem lido e escrito bem mais que eu.


Natal na casa do Roger e da Fatima. Da esq. para dir.: Ingrid, Candice, Manuel, Clarice, Fatima e Roger. Posted by Hello

No dia 25, ficamos em casa. Decidimos curtir em família. O Fred fez o almoço, dessa vez a mineira. Correndo o risco de ser chamada de babona (depois dos meus inúmeros elogios a estrelinha da árvore): Estava bm pra caramba tb! O menu foi porco assado com mel e maçã, e farofa de banana. Dessa vez invertemos e a sobremesa foi francesa (a única que aprendi a fazer direitinho): crepe com creme de marron (parente das castanhas portuguesas) e chocolate amargo (quentes) com sorvete. A essa altura da descrição vocês já perceberam que eu engordei uns quilinhos, né! O Fred conseguiu não engordar, mas obviamente, tb não emagreceu. É verdade, esse fim de ano foi uma comilança danada. Pra completar o natal perfeito, à noite estávamos na casa da Nanci e do Dani, qdo de repente o Fred olha pra fora e diz “ Nossa, tá chovendo estranho”. Quando nos viramos, foi a gritaria. Chuva nada. Era neve!!! Pois acreditem, quase nunca neva em Rennes – lembram que estávamos revoltadíssimos sem neve? Pois é. Nevou em pleno dia de natal. A Nanci chamou as crianças pra verem e perguntou se elas queriam sair pra brincar. Advinha quem foi a primeira a estar de casaco na mão e pé na porta! Claro, eu!!! Terminamos todos lá fora fazendo bagunça. É preciso notar que as crianças eram as mais comportadas. Pena que nevou só um pouco e depois choveu. Assim não chegou a ficar branquinho (se bem que no domingo de manhã eu e Fred acordamos cedinho (Sim, o Fred acordou cedinho) pra procurar neve na cidade. Não tinha mesmo – mas o passeio foi bem legal. E vamos e venhamos, para um lugar que quase nunca neve, nevar em pleno dia 25 é um presentão, não é? Viram? Prova do nosso bom comportamento durante 2004. Papai Noel foi muito generoso conosco. No dia 26 a Celita e o Artur vieram fazer o enterro dos ossos aqui em casa. Restos do nosso porco e do peru deles.


Neve em Rennes. Os 2 babões! Posted by Hello

Na segunda, pegamos o carro alugado e seguimos rumo ao norte. O itinerário só tinha isso de definido: era para o norte. O Fred está decidido a conhecer as seis pontas do hexágono francês (o meio é Paris e a gente conhece um pouco). Demos uma carona a uma colega venezuelana dele que, tadinha, passou natal aqui sozinha. Deixamos ela em Rouen onde ela tem uma pseudo família (aquelas de intercambio). Ela ficou tão contente de poder ir passar reveillon com eles. No caminho pra Rouen, seguindo indicações da Fátima, fomos pra Honfleur e Côte d’Etretat, na Normandia. Um tanto perdidos com o mapa, perdemos a entrada para Honfleur e passamos batido pelo pedágio. Tarde demais, perdemos Honfleur. Tudo bem, a Côte d’Etretat é linda. Adoraria poder ficar uns dias fazendo caminhadas lá. Mas o vento da Mancha e a vontade de conhecer mais coisas, nos mandou rumo ao norte. Dormimos em Lille, um dos vértices do hexágono. De manhã, passemos em Lille (uma gracinha e como tudo aqui, super diferente. Cada região tem particularidades enormes. Lille é a cara da Bélgica. Normal, é na fronteira com a Bélgica). De lá seguimos pra Brugges. Essa na Bélgica mesmo. Como diz o Fred a Bélgica é dividida em francofônicos e francofóbicos. Brugges é francofóbica e linda de morrer. Eu já tinha ido, mas não foi nem um pouco sofrido voltar lá. Detalhe, em pleno inverno belga a gente teve direito a tempo bom.


Cote d'Etretat Posted by Hello

Seguindo na lógica brasileira de que a Europa é pequeninha (os franceses acham que nós somos completamente loucos!!! Que engraçado, nós tb achamos que “ils sont tous fous, ces gallois!”). Bom, nessa lógica louca fomos dormir em Namur – Bélgica francofonica. Mas fica só a duas horinhas de Brugges e, na Bélgica as auto-estradas são todas iluminadas a noite. No dia seguinte passeamos em Namur, Dinant e já estávamos indo pra Luxemburgo (última ponto da viagem) quando passamos por Spa. Vale dizer que a partir de Lille nós estávamos passando por alguns campos branquinhos, com alguns montinhos de neve aqui e ali. Obviamente, nos estávamos adorando esses branquinhos na paisagem e, eu já tinha convencido o Fred a parar numa estradinha pra fazer guerra de bolinha de neve. Também já tínhamos chegado a conclusão que eu tinha toda razão qdo com 2 anos disse que parecia que tinham coberto a rua de açúcar. Parece mesmo!!! Literalmente, sabedoria de berço hehehehehe. Bom, chegando em Spa o Fred viu uma indicação de pista de esqui. Eu estava com medinho de subir a montanha por causa do tal do verglass (nome que eles dão a uma camada de gelo que se forma na estrada e derrapa que é um horror). Também estava preocupada com a hora. Eram umas 3 da tarde, isso quer dizer que logo logo iria escurecer, e verglass a noite.... Bom, o Fred me convenceu. Pegamos a estradinha e fomos subindo com todo cuidado. Em pleno 29 de dezembro ganhamos ainda presente de natal. Estava tudo branquinho, branquinho, branquinho. Neve de verdade. Telhados com uma cobertura de um palmo de espessura. Paramos num estacionamento (ficamos realmente com medo de subir mais) e fomos passear na “floresta”. Na placa estava marcado floresta, tipo parque nacional, mas fora uns pinheiros era tudo branco. A neve esta cobrindo o pé. Devia ter uns 30 cm de profundidade. Talvez até mais. Não precisa contar que as duas crianças aqui amaram, né?! Fizemos uma super guerra de bolinhas. Eu deitei na neve. Mas o melhor de tudo é correr na neve, qdo ela ainda está fofinha (qdo fica dura escorregaaaaaaaaaaaaaaa). Vimos um lago se congelando. Já tinham me dito que qdo tem bastante neve não faz muito frio. Eu achava que isso era loucura dos “gallois”. Mas não é que é verdade. Já passei muito mais frio em Rennes, e até mesmo em São Carlos naqueles poucos dias gelados do ano que na neve. Quem me conhece, ou melhor, conhece minha sinusite sabe que qualquer 15° lá estou eu de chapeuzinho. Lá na neve nem precisou! Engraçado né! Pois é, a farra foi uma delícia. Terminamos dormindo em Liège (do lado de Spa) e esticando em um dia nossa viagem. Por uma excelente causa, não acham?! No hotel em Liège, decidimos fazer um tour gastronômico pela Bélgica. Passamos no supermercado e decidimos experimentar “todas” (todas as que achamos) cervejas belgas. Resultado: as 9:30 estávamos dormindo, e a consumação de água durante a noite foi “um pouco” acima da média. Os dorflex de manhã foram mera coincidência. Mas realmente as cervejas belgas são deliciosas.


Cenas em Spa Francochamps Posted by Hello


Cervejas Belgas Posted by Hello

No dia seguinte, aí sim, estava frio. Nas cidades a neve estava começando a derreter. Passeamos nas estradinhas secundárias e terciárias do sul da Bélgica e de Luxemburgo. Descobrimos que Luxemburgo é ainda mais louco que a França. Existe um idioma luxembrurguês (não sei se é assim que chama em português). Uma coisinha tão pequeninha e tem um idioma. Mas na verdade a língua oficial é o alemão, só que placas e mesmo prédios públicos são escritos em francês. Alguém entendeu? Nos também não!!!! Outra coisa engraçada, eu diria que entre o sul da Bélgica e Luxemburgo todo deve ter uns 100km e a paisagem muda!!!! Pior, não é a geografia que muda (isso daria pra entender), é a arquitetura, o jeito das coisas. Além disso, apesar do país ser super caro, gasolina é muito mais barata. As filas de alemãs, belgas e franceses nos posto de gasolina provam isso. Foi muito divertido passear por lá.


Luxemburgo Posted by Hello

Depois de Luxemburgo, foram 700 km “non stop” até Rennes. Tudo correu tranqüilo. E tirando o inferno dos arredores Paris, a viagem foi até rápida (nesse caso, arredores significa 40 km. Não tem jeito, a gente não suporta mais cidade grande). Chegamos em Rennes por volta das 10 da noite e não tivemos o tal do verglass em nenhum trecho da estrada (nem na ida, nem na volta).

Dia 31 de manhã, depois de devolver o carro (antes tendo aproveitado pra fazer um estoque de água mineral em casa) fomos dar uma forcinha a Nanci na preparação da festa. Fiquei impressionada. Mega produção. O trabalho que ela e o Dani tiveram só aumenta minha admiração por eles. A casa ficou uma graça. A festa em si também foi mega produção. Tinham cerca de 80 pessoas (uns 60 adultos). Cada um tinha que levar um prato e a comilança foi enorme. Acho que uns 90% dos brasileiros de Rennes estavam lá. Tinham uns franceses também, mas a cara da festa foi bem brazuca. Dancei até estoura o pé, no melhor estilo “reveillon carnavalesco”. Voltamos pra casa às 4h da matina, e deixamos a festa ainda bem animada. Pelo que soube, terminou as 6:30 já com a faxina. No dia 01 íamos fazer um almocinho em casa, como no natal. Mas voltamos pra casa da Nanci pra dar uma força na arrumação – mas já estava quase tudo pronto qdo chegamos – e comer os restos. Foi um almoço que terminou as 8h da noite. Só nesses restinhos, éramos quase 20 pessoas. Bom, hoje, dia 02, veio enfim nosso almocinho. Acabo de comer um super bacalhau feito pelo meu namorido. Tudo bem, podem me chamar da babona de se quiserem, mas estava uma delícia. Agora estou precisando de uma semana de sopa e salada pra desintoxicar. Regimão mesmo.


Teatro - Fim de ano do curso de francês Posted by Hello

E só pra terminar essa estória, um detalhe que faltou na edição passada. Dia 21, antes da festa de despedida da Sara, foi a festa de encerramento do curso de francês do Fred – o Cirefe. Como ele disse, festinha de escola, onde tudo da errado e todo mundo acha bonitinho. Falando sério, foi divertidíssimo. Teve a apresentação do coral e do grupo de teatro (o Fred estava no teatro). Parecia festinha de escola mesmo. Nada deu certo. Todo mundo errou horrores. Um chinês, que pelos meus cálculos deve ter uns 45-50 anos, foi a atração do coral. Nunca vi ninguém mais desafinado!!! Foi hilário.... Mas obvio, foi um sucesso. Colocar um monte de estrangeiros, adultos, todos com medo do ridículo, em um palco falando e cantando em francês já transformou o evento em sucesso. Mas pena que não tem fotos, nem vídeos porque eu e o Fred saímos de lá com a barriga doendo de tanto rir.

Acho que não faltou nenhum detalhe. Contamos tudo o que aconteceu desde o natal. Agora a vida esta voltando ao normal. Trabalho pra mim, provas pro Fred. Duvidas com o CNPq e com nosso destino... Mas tudo bem! Vamos começar a caminhada de 2005 e ver onde ela vai dar...

Um beijo enorme, desejando a todos uma sensação de vida bem vivida, bem curtida e muita, muita paz de espírito pra encarar as novas aventuras.

Até a próxima,

Ingrid e Fred.

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